segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Museus em Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú


Museus em Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú, guardam viva a cultura e a história da Tríplice Fronteira

Uma viagem pela história da região de Foz do Iguaçu pode ser feita em cinco museus instalados nas três principais cidades que compõem a Tríplice Fronteira. Um sexto museu está localizado na cidade de Puerto Libertad, a 37 quilometros de Puerto Iguazú, na Argentina.

No lado brasileiro, o primeiro deles é o Ecomuseu da Itaipu que mostra, de forma didática e interativa, como foi a ocupação do Oeste paranaense, conta a história da construção da maior usina hidrelétrica do mundo em produção de energia e os projetos de conservação ambiental conduzidos pela Itaipu Binacional. Inaugurado em 1987, como um museu diferente dos tradicionais, e pioneiro no gênero na América Latina, o Ecomuseu passou por uma ampla reformulação.

A área que ocupa foi aumentada de 1,2 mil para 1,4 mil metros quadrados e a abordagem principal de seu acervo passou a ser o homem criando técnicas. No novo circuito museográfico, dividido em módulos, os principais fatos relativos à história da Itaipu e da região são contados de forma contemporânea e interativa, por intermédio de vários recursos como cenários, maquetes e totens eletrônicos, entre outras inovações.

Monumento Cientifico Moisés Bertoni

O meio ambiente é o principal foco dos museus da Tríplice Fronteira, que têm o turismo como uma das principais atividades econômicas da região. No lado paraguaio, um esforço do governo suíço e uma das principais entidades daquele país, restaurou o Monumento Cientifico Moisés Bertoni.

Incrustado no meio da mata, numa área de 199 hectares na cidade paraguaia de Puerto Franco (a 10 quilômetros da fronteira com Foz), o Museu Bertoni, como é mais conhecido, transformou-se num atrativo turístico que concilia a curiosidade histórica às aventuras proporcionadas pelo ecoturismo: escalada, caminhada e rapel. No local estão ainda o Salto Monday e uma reserva indígena, dos Mbya Guarani, habitada por 200 índios.

Moisés Bertoni foi uma figura emblemática: misto de cientista e escritor, deixou um vasto trabalho de pesquisa nas áreas de metereologia, agronomia, biologia e cartografia. Nas dez salas do museu, podem ser observados objetos pessoais, manuscritos, cartas, parte da biblioteca de sete mil volumes e uma reconstituição do laboratório e gráfica de Bertoni. O conjunto é considerado por especialistas de importantíssima referência histórica nas ciências às quais Bertoni e seus filhos dedicaram décadas de estudo.

Ainda que tivesse uma inteligência acima da média, Moisés Santiago Bertoni, nascido em 1857, jamais poderia supor que a influência de diversas culturas nacionais numa mesma pessoa ou território seria chamado um dia de globalização. Suíço, filho de italianos, Bertoni construiu sua história no Paraguai, depois de uma fracassada passagem pela Argentina.

Brilhante biólogo, metereologista, cartógrafo e agrônomo, o cientista fazia de sua casa, encravada na selva subtropical, uma central de recepção e envio de um avançado material científico.

O local foi escolhido durante expedições no Rio Paraná e afluentes. Em uma área de 199 hectares, auxiliado por filhos e netos, plantou café e banana, montou uma estação de correios e telégrafos e fez experiências com novas espécies de vegetação. Sonhou com uma comunidade rural que nunca chegou a se concretizar.

Antes, junto com a família, havia passado necessidades extremas, em Misiones, província do Nordeste da Argentina. Sucumbiu junto com o desastrado projeto de colonização agrária (baseado na cultura do mate), elaborado em Buenos Aires.

Falava sete idiomas e alguns dialetos, o que permitiu uma variada e influente produção de livros, registros de experiências, ensaios, impressos na gráfica própria que mantinha na casa, enviados à Europa.

Até morrer de malária, em 1929, aos 72 anos, construiu um respeitado histórico político, sendo um dos intelectuais mais ativos na vida pública paraguaia. Representou o país em diversos eventos científicos, entre eles a Exposição Mundial de Buenos Aires, em 1910. Fundou e liderou a consolidação da Escola Nacional de Agricultura, tendo sido ministro dessa pasta de 1914 a 1919.

Museo Trinchera Mborore del Iguazú

Outro ícone da história e da defesa do meio ambiente na fronteira foi Luís Honório Rolón, médico paraguaio, residiu por mais de 20 anos em Puerto Iguazú, e morreu em 1992. Rolón fundou o museu Mborore e foi principal responsável pela criação do Parque Provincial de Urugua-Í, uma reserva com 84 mil hectares localizada ao lado do Parque Nacional del Iguazú.

Para quem não conheceu Rolón basta lembrar de “A Missão”, filme dirigido por Rolland Joffé, vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1986. O filme, em que Robert De Niro, Jeremy Irons, Aidan Quinn e Liam Neeson fazem parte do elenco, conta a saga dos jesuítas na fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai no século XVII. As Cataratas do Iguaçu formam o cenário principal e Rolón foi consultor do filme.

Todo o material (cenários, figurinos) usado na produção do filme, Rolón destinou ao Mborore. O museu, fundado em 1983, conta com uma das bibliotecas mais completas da história regional e de peças históricas dos guaranis, jesuíticas, dos obrajes (primeiros trabalhadores de erva mate e madeira) e da Guerra do Chaco, travada entre o Paraguai e a Bolívia entre 1933 e 1935. O museu guarda ainda uma das coleções fotográficas mais antigas da região de Puerto Iguazú.

Museo Imágenes de La Selva

Fundado em 30 de maio de 1959, por Rodolfo Allou, que se dedicou a talhar imagens sobre troncos da selva missioneira, o Museo Imágenes de La Selva, traz no seu acervo imagens sacras como a de Santa Maria del Iguazú, o Trono do Bispo e o Crucifixo.

Além das esculturas de imagens sacras, o museu traz esculturas de animais da região, todos talhados minuciosamente, e uma grande escultura esculpida num só tronco, descrita como Monumento ao Pai, ao qual figura a imagem de um pai brincando com seu filho.

Allou, morador e pioneiro de Puerto Iguazú, foi sobrinho do famoso escritor francês Julio Verne. Allou colecionou, por toda a sua vida, 600 peças de artes catalogadas. No Museu Imágenes de La Selva pode-se encontrar peças únicas e exclusivas desta coleção.
Centro de Interpretación Parque Nacional del Iguazú

Ainda em Puerto Iguazú, no parque nacional argentino, existe o Centro de Interpretación Parque Nacional del Iguazú, inaugurado em junho de 1999. Dividido em três áreas – flora, fauna e antropologia – o museu traz todo o referencial histórico e natural da selva missioneira.

Na área de antropologia, tem-se painéis que contam a história dos guaranis, dos jesuítas e dos conquistadores espanhóis e portugueses. Um auditório, com capacidade para 100 pessoas, exibe filmes e audiovisuais sobre a história do maior parque nacional argentino na província de Misiones.

Museo Regional Puerto Bemberg

Localizado a 37 quilometros de Puerto Igauzú está o Museu Regional Puerto Bemberg na cidade de Puerto Libertad. Instalado num amplo bosque numa área de 10 mil metros quadrado, o museu leva o nome dos irmãos Bemberg, fundadores da localidade ás margens do Rio Paraná.

O museu possui uma sala ampla que reúne todo o material arqueológico, geológico e da história da região. Em seu interior se encontra materiais como pontas de flechas e pedras, peças cerâmicas encontradas em sítios arqueológicos da região, fotografias do primeiros moradores da região, instrumentos musicais e objetos domésticos históricos.

Serviço

Ecomuseu
Horários: Terça a domingo, das 8h30 às 17h30.
Valores: R$ 8,00 (adultos) e R$ 4,00 (* (acima de 60 anos, professores, estudantes, doadores de sangue, com apresentação de documentos).
Duração aproximada: de 40 minutos a 1h30.
Onde?
Avenida Tancredo Neves, 6001 – Foz do Iguaçu (Brasil).
Tem dúvida?
0800 645-4645 / (45)350-6676 e 3520-6974 / fax (45) 3520-6398
E-Mail: reservas@complexoitaipu.tur.br
reservas@turismoitaipu.com.br

Monumento Científico Moisés Bertoni
Cidade de Presidente Franco (Paraguai), a 20 quilômetros a Ponte da Amizade e a 3 quilômetros de Ciudad del Este
Telefone: (00xx59) 561-550-042
Horário de visitação: todos os dias, das 7h às 17h

Museo Trinchera Mborore del Iguazú
Av. San Martín 615 – Puerto Iguazú
Telefone: (00xx54) 3757-420-147
Funcionamento: de segunda a domingo, das 8h às 12h e das 16h às 20h

Museo Imágenes de la Selva
Rua Guatemala y Los Cedros – Puerto Iguazú
Telefone: (00xx54) 3757-420-025/ 420-113
Funcionamento: de segunda a domingo, das 8h às 12h e das 15h às 20h

Centro de Interpretación Parque Nacional del Iguazú
Parque Nacional del Iguazú – Puerto Iguazú
Telefone: (00xx54) 3757-420-722
Funcionamento: de segunda domingo, das 8h às 20h

Museo Regional Puerto Bemberg
Juan Domingo Perón y 1° de Mayo – Puerto Libertad
Telefone (00xx54) 3757- 496-052.
Horário de funcionamento: das terças as quinta, das 10h às 12h e das 14h às 18h30. Sábados e domingos, das 9h às 12h.

Museo El Mensú
Anexo à prefeitura de Ciudad del Este
Horário de funcionamento: de segunda à sexta, das 8 às 14 horas
Telefone: (00xx59) 561-501-706 e 501-710

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